sexta-feira, 3 de abril de 2009

A vida de um paulistano!


Andando no centro de São Paulo, comecei a reparar nos vários estilos de pessoas que haviam ali.
Todas com fones nos ouvidos, eu não sabia o que eles estavam ouvindo, mas dava pra ter uma idéia pelos estilos das pessoas, uma mulher executiva, de terninho, ela devia estar escutando ópera ou alguma rádio para ficar antenada nas notícias do mundo, outro com ‘Black Power’, com uma revista na mão ele devia estar escutando ‘rap’, e lendo sobre música , uma outra toda “Patty” devia estar escutando essas músicas que estão na moda, como Britney Spears, ou sei lá o que.
Entrei no trem para ir para o trabalho, também com fone no ouvido, mas pelo menos eu sabia o que ouvia, eu ouvia ‘rock dos anos 80 e 90’.
Pensei comigo mesmo, as pessoas não se comunicam, elas ficam ouvindo suas músicas e suas rádios favoritas, lendo seus livros, suas revistas, todas indo para seus trabalhos, suas rotinas monótonas, a minha rotina era monótona, acordava pegava o trem, trabalhava em uma agência de publicidade, ficava horas em frente ao computador, meus olhos chegaram a arder, voltava para casa, um apartamento, na verdade era um “cubículo”, com poucos móveis, uma poltrona vermelha, comprada em uma loja de móveis dos anos 70, 80, 90, uma geladeira super colorida, mais vazia, uma pia cheia de louça, que eu sempre ficava com preguiça de lavar, Alguns pães em cima da mesa, uma TV antiga que só pegava a GLOBO, SBT e MTV, os canais básicos de São Paulo, eu também não precisava de muitos canais porque passava somente algumas horas por dia em casa, de vez em quando passava os finais de semana em casa sem ninguém, nem um cachorro eu tenho, não tinha quase dinheiro para me manter , como manteria um cachorro ?! Se eu aceitasse comer lanches todos os dias, ou se eu comesse ração todos os dias, até poderia pensar em ter um cachorro, mais eu não nem tenho tempo para passear com um cachorro, mas eu não tenho nem tempo para passear sozinha, imagine ter que passear com um cachorro quase todos os dias ? Não teria tempo, bom vamos deixar a idéia do cachorro de lado, eu podia ter uma tartaruga, elas não dão tanto trabalho assim, só comem uma vez por dia, eu acho. Depois eu vejo quanto custa uma tartaruga poderia colocar o nome dela de Elvis, aí eu teria com quem conversar durante as noites de insônia dos dias de calor infernal dessa São Paulo.
Bom, cheguei em casa depois de um dia cheio de trabalho na agência, uma chuva muito forte, parecia que ia cair o céu em nossas cabeças.
Cheguei em casa religiosamente, como todos os dias, liguei a TV e comecei a assistir o único jornal que prestava naquele horário.
Deixei a TV ligada e fui até a cozinha para ver se tinha algo para comer ou beber na geladeira, e como todos os dias não tinha nada da geladeira nem água se quer havia lá.

Resolvi ir ao mercado 24 horas que tem perto de minha casa.
Chegando ao mercado, fui até o setor de pães, porque era a única coisa que eu sabia fazer, além de miojo, fui até a geladeira do supermercado e peguei um refrigerante e algumas bandejas de frios, voltei para casa mais que faminto.
Chegando em casa eu coloquei as compras em cima da pequena mesa redonda de minha cozinha, comi quase todos os pães que havia comprado, e tinha bebido quase meia garrafa de refrigerante, levantei da mesa e vi uma bagunça na sala, roupa no chão, toalhas molhadas em cima da única poltrona na minha sala. Resolvi arrumar, porque aquilo não poderia ser chamado de casa e sim de ‘chiqueiro’.

Comecei a arrumar pela sala, lá tinha pacotes de bala, roupa suja, papéis amassados, perto da poltrona e muita sujeira no carpete verde, depois de alguns minutos, minha sala estava irreconhecível. Fui arrumar a cozinha e ver o que havia de estragado, provavelmente tudo que tinha lá estava estragado. Comecei a lavar a louça que estava na pia, parecia que não ia acabar nunca mais a louça suja que havia ali, finalmente terminei, minhas mãos estavam extremamente geladas porque estava meio frio aquele dia, e minha torneira não esquentava. Bom, passei para meu minúsculo banheiro, que era junto da lavanderia, mas eu nunca usei o tanque para lavar roupa, sempre levava para lugares especializados para lavar minha roupa, não muito suja.
Lavando o banheiro foi rápido porque não tinha nem dois metros quadrados o banheiro. Já cansado de ter arrumado os três pequenos cômodos eu fui para o quarto, o lugar mais bagunçado da casa, no meu quarto havia uma cama de solteiro toda cheia de meias sujas, casacos no chão camisas e camisetas sujas, havia um só lugar não estava cheio de roupas, papéis e sujeiras, minha escrivaninha, com meu laptop pago à prestações, em cima da escrivaninha além do meu laptop tinha uma estátua do Buda comprada da 25 de Março, e alguns pôsteres de bandas antigas, dos anos que as músicas tinham qualidade. Comecei a tirar a roupa suja do chão, da cama da cadeira da escrivaninha, e limpei o carpete. Pronto, tinha acabado a ‘faxina da noite’, aí que eu fui dar conta que já eram 2:00 horas da manhã e que eu tinha que acordar às 6:00 horas dá manhã para ir trabalhar, então tomei uma ducha, e fui dormir.


Continua...

3 comentários:

  1. olá.

    vários estilos de uma cidade só..
    gostei do conto.

    www.umavidanosonho.blospot.com

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  2. Legal sua descrição da galera de sampa, curti a foto de 2 cubos de gelo tbm! ^^

    Abraços

    neowellblog.wordpress.com

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  3. São Paulo, todo mundo cabe lá. Tanta gente diferente, tantos gostos e lugares, que parece várias cidades em uma só.



    http://quartodealuguel.blogspot.com/

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